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segunda-feira, 24 de agosto de 2015
FILMES - COSMÓPOLIS
Olá, colegas! Hoje, escrevo sobre algo diferente. Irei comentar um filme. A sétima arte é algo que gosto muito, é um dos meus hobbies favoritos. Confesso que não entendo muito sobre técnica, não sei analisar um filme como crítico de cinema. Entretanto, tenho uma verdadeira paixão pelo cinema. Quando estou numa vida mais rotineira, tenho o costume de ir algumas vezes por semana ao cinema, principalmente em baixa temporada quando há vários dias com preços de ingresso em conta. Sim, eu adoro ir ao cinema. Para mim há algo de mágico na sensação de ver um filme numa tela imensa. Alugar um filme ou ver na televisão não é a mesma experiência para mim, longe disso. Assim, o tópico filmes é algo que chama bastante minha atenção. Irei fazer um breve relato de um filme que gosto bastante: Cosmópolis.
Um filme que não ficou muito conhecido e agradou, a julgar pela reação no cinema, a poucas pessoas (eu me incluo nelas)
Primeiramente, é preciso dizer que é um filme diferente, bem diferente. Não é de fácil interpretação, principalmente para quem não está familiarizado com alguns conceitos de física e finanças. Aliás, sem esse prévio conhecimento, o filme perde e muito o sentido. Deve ser por isso que quando eu vi no cinema, as poucas pessoas que estavam na sala bateram palmas quando o filme acabou e era visível que davam risada de nervosas, achando o filme muito ruim, pois a história aparentemente não fazia sentido. Isso é comum com filmes assim. Outro filme, excepcional por sinal, “A Árvore da Vida” teve a mesma reação do público. Quase ninguém entendeu partes centrais do filme, nem mesmo críticos de cinema, pois envolvia conhecimentos prévios de cosmologia, e até mesmo sobre o ciclo de vida e morte de estrelas (assunto absurdamente fascinante sobre o qual quero escrever qualquer dia). Entretanto, o filme tem tantos insights bacanas, que foi necessário explicar algumas partes para a Sra. Soulsurfer quando alugamos o filme para ver novamente, para que o filme pudesse ser melhor apreciado.
Não irei fazer aqui uma resenha, até porque seria difícil, nem mesmo dar minha opinião. Vou, talvez de uma forma caótica falar de trechos do filme. A primeira parte que me chama atenção é quando o protagonista entra num táxi onde esta a sua noiva e a mesma pergunta de qual país deve ser o motorista, de onde ele vem. O protagonista responde secamente: “ele vem do horror e do desespero”. É a mais pura verdade. Retrata com uma simples frase a história de vida de milhões de imigrantes de lugares onde o desespero é a tônico, muitas vezes fugindo do horror de uma violência extrema, guerras civis sangrentas ou simplesmente fome.
Numa outra cena, e aqui começa a ficar interessante, o protagonista tem um diálogo muito interessante com um suposto adolescente “nerd”. Na verdade, ele nada mais é do que um quant. Quant são pessoas com extremo preparo em física e matemática que vão para o setor financeiro tentar achar modelos complexos de precificado de ativos e de arbitragem na busca incessante por alpha (termo técnico para retorno em excesso ao mercado depois de ajustado pelo risco da estratégia). O diálogo fala sobre tempo, e como o tempo hoje em dia escraviza as nossas vidas, bem como cada vez mais frações diminutas de tempo vão se tornando importante. Aqui se fala indiretamente sobre operações chamadas High Frequency Trade, ou HFT, realizadas por supercomputadores em frações de segundo. Toda a conversa de finanças se desenvolve pois o protagonista é um jovem bilionário que fez uma aposta alavancada no dia que a moeda chinesa iria se desvalorizar. Ele apostou toda a sua fortuna, mas no decorrer do filme não parece nem um pouco preocupado com isso.
Numa outra cena, dentro da limousine (o filme quase todo se passa dentro do carro), uma prostitua começa a conversar com o protagonista sobre uma igreja e obras de arte. Ele então diz que quer comprar as obras de arte, e ela fala que não se pode querer comprar a história humana, numa discussão interessante sobre se a humanidade possui bens coletivos que não deveriam ser apropriados para uso exclusivamente privado.
Após quebrar, porque a aposta alavancada contra a desvalorização da moeda chinesa não ter dado certo, o protagonista vai jantar com a sua noiva. Aliás, ela é o antítese dele. Enquanto ele representaria a ultramodernidade, ela parece mais uma sábia saída da academia de Platão. Ele então fala para ela “finalmente estou livre”. Ela replica: “Livre para fazer o que? Empobrecer e morrer?” Que raio de liberdade é essa onde as pessoas vão de extremos a extremos sem a necessária temperança?
Agora, a parte final do filme é a mais fantástica e a que mais “indigna" as pessoas pela aparente falta de sentido. O protagonista acaba num apartamento de um conjunto residencial e alguém aparentemente quer matá-lo. Esse alguém é um antigo quant que trabalhou para ele tentando modelar as flutuações do Bath (moeda Tailandesa), mas toda vez que chegava perto de encontrar algo esbarrava em alguma pequena imperfeição que impedia de “descobrir" o segredo da moeda. Num primeiro momento, ele ficou obsessivo com essa imperfeição, mas depois aceitou a beleza da mesma. Esse parágrafo pode parecer sem sentido, mas ele trata de uma ideia muito bacana de que talvez a natureza não seja perfeita, no sentido de simetria (quando se fala em perfeição em física, geralmente se está a falar em simetria). Há um livro que trata sobre isso, do ponto de vista da física de partículas, chamado Criação Imperfeita, um excelente livro por sinal. Por exemplo, eu, você, o computador que escrevo, todo o nosso universo só veio a existir, pois houve uma “imperfeição" original de uma partícula a mais de matéria em relação a uma partícula de anti-matéria na proporção de 1 para 1 bilhão. Isso é uma imperfeição minúscula (para se ter ideia medidos a quantidade de CO2 na atmosfera em partes por milhão, não por bilhão), mas que proporcionou que tudo viesse a existir. O físico Marcelo Gleiser argumenta então que devemos abraçar a imperfeição, pois ela faz parte do nosso universo e das nossas vidas.
Um belíssimo livro sobre física de partículas, o universo e no fundo sobre nós mesmos.
Enfim, colegas, é um filme muito diferente, mas para mim é um filme que me faz sempre refletir bastante. Um grande abraço a todos!
sexta-feira, 2 de maio de 2014
DOCUMENTÁRIOS - SOMOS TODOS TERRÁQUEOS
Olá, amigos. Nesse post vou escrever sobre um dos meus hobbies preferidos que é cinema, mais especificamente documentários. Eu simplesmente adoro documentários. Muitos deles já me fizeram refletir bastante. O nome do artigo, por exemplo, advém de um documentário que já vi algumas vezes. Eu sempre reflito muito mesmo sobre o mundo e a minha posição nele quando o assisto. Não tenho a pretensão de que todas pessoas achem interessante o que eu acho, até porque essa é a beleza da humanidade, porém creio que os documentários abaixo citados valem a pena de serem assistidos.
I - EARTHLINGS - TERRÁQUEOS
Este documentário aborda de uma forma bem abrangente o relacionamento do homem com os animais. É um relacionamento ético? O interessante é que o grande escritor Tcheco Milan Kundera no famoso livro "A Insustentável Leveza do Ser" - livro fantástico por sinal - na parte final faz uma verdadeira defesa por um relacionamento mais ético em relação aos animais. Será que não é um dos erros fundamentais da humanidade a forma como nos relacionamos com a maioria dos outros seres vivos? Nós, humanos, somos a forma de vida mais poderosa que habita a terra. Como usamos esse poder? Basicamente, impondo a nossa vontade a todas as formas de vidas mais fracas. Será que podemos ser éticos em relação a nós mesmos, se exploramos seres menos poderosos? Como é possível haver uma sociedade baseada em tratamentos mais justos e igualitários, como seres humanos mais poderosos serão mais justos com seres humanos menos poderosos, se massacramos os interesses mais vitais de outras formas de vida para satisfazer os interesses mais triviais de nossa espécie, baseado único e exclusivamente em nossa força? Eu sempre achei essa provocação muito interessante, e nunca, já fiz essa pergunta para religiosos, filósofos, recebi uma resposta coerente. Os dez primeiros minutos do filme, que correspondem à introdução da ideia central do documentário, são muito interessantes. São frases ditas que sempre me fazem repensar.
II - ZEITGEIST
Zeitgeist é uma expressão alemã que significa "espírito de uma época". A expressão tenta capturar o sentimento de toda uma época sobre a vida, sociedade, comportamentos morais, etc. Há uma série de documentários Zeitgeist (vi até o terceiro). O primeiro, e mais conhecido, possui claros exageros e informações não muito corretas do ponto de vista histórico principalmente na parte I (a parte II é quase uma teoria conspiratória). Por essa razão, é visto por algumas pessoas como uma grande bobagem. Entretanto, eu acho um documentário bem interessante, pois nos faz refletir sobre muitas coisas. As religiões, por exemplo, é claro que elas foram tomando de empréstimo de outras religiões mais antigas vários elementos estruturantes. Sendo assim, não há nada original, o que parece indicar que os mitos religiosos devem ser tomados em seu caráter de fábula moral, não como verdade histórica.O Segundo filme, Zeitgeist Addendum, principalmente a primeira parte sobre o processo de criação de dinheiro, é bem interessante, pelo menos eu acho.
Zeitgeist I - Não tome como verdadeiro tudo que está no documentário, aliás essa é a mensagem do próprio vídeo, mas há coisas interessantes para se refletir.
Zeitgeist II - A primeira parte é bem interessante. A segunda parte também o é, mas muitos acham que não passa de uma utopia à la star treak
III - DOCUMENTÁRIOS DO MICHAEL MOORE
O Moore talvez seja o documentarista mais famoso hoje em dia, pois seus documentários chegam a passar até mesmo no cinema. Eu adoro o documentário SICKO, que trata sobre o sistema de saúde americano, acho um filme muito bem feito mesmo. Ele tem outros famosos como Tiros em Columbine e Fareheint 9/11. Recomendo todos os três.
Tiros em Columbine. Para os que pensam que a solução é sairmos atirando em todo mundo, esse documentário é uma pista de que talvez a solução não seja essa. Não consegui colocar nenhum filme do Moore aqui no BLOG, mas no you tube tem todos legendado. Coloquei apenas os Trailers.
Fahrenheit 9/11. Eu gosto desse filme. A parte em que ele tenta gravar na frente da embaixada da Arábia Saudita e a reação imediata da polícia é bem interessante. Aliás, a relação entre os EUA e o Reino da Arábia Saudita (um país pródigo em violações de direitos humanos, bem como de tratamento indigno das mulheres) é no mínimo opaca.
Sicko. Esse documentário para mim é espetacular. É engraçado, crítico, humano, e há cenas comoventes. Não gosto da indústria de saúde. Acho que saúde é algo que deveria ser voltado para o bem estar da população prioritariamente, não necessariamente para lucros. Não creio que haja uma necessidade premente do lucro para que seja possível obter resultados em saúde pública. Talvez em indústrias mais "mundanas" como celulares, cadeiras, etc o elemento lucro seja imprescindível. Creio que o tema saúde e bem estar da população é muito maior do que apenas interesses particulares. Afinal, um povo com saúde e bem educado é difícil de facilmente ser controlado.
IV - SUPERSIZE-ME
Gosta de se empanturrar com Mc Nuggets (e você acha que aquilo é frango), ou pior deixa seus filhos comerem constantemente no MC Dondalds e assemelhados? Acho que este o documentário certo para você. Imagine comer 30 dias seguidos no MC Donalds. Pois é, esse cara fez isso, e os resultados na saúde dele num período tão curto de tempo são impressionantes. O documentário é muito bem feito.
Pois é amigo. Há uma crise de saúde no mundo, e não é AIDS ou a gripe aviária, mas sim a obesidade.
Amigos, tem muitos outros documentários, mas o post ia se tornar muito grande. Aliás, se alguém tiver outros documentários interessantes, recomendem, terei o maior prazer de assisti-los.
Abraço a todos!
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- Mais um ser humano em busca de sentido. Uma jornada repetida por bilhões de outros humanos ao longo das eras. Escrevo aqui sobre finanças, viagens e algumas pequenas reflexões sobre os mais variados temas.
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